Na manhã de hoje, um assunto diferente se tornou pauta para discussão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), a convite da deputada Gleice Jane (PT), a vereadora Luiza Ribeiro (PT) utilizou a tribuna, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), para falar sobre a violência de gênero na política.
Luiza que recentemente sofreu violência de gênero na Câmara Municipal de Campo Grande, por parte de um vereador, fez um alerta sobre o assunto. “Muitas vezes mulheres e homens cometem ato de violência política, e quando são alertados, se surpreendem na maioria. É necessário fazer encontros como esses para que a sociedade comece a discutir essas ações, para coibir essa prática, já que precisamos na nossa democracia brasileira um equilíbrio com uma efetiva representação entre homens e mulheres”, destacou.
“Parabenizo a Assembleia Legislativa, pois tem dado uma contribuição muito interessante a respeito do problema a violência no âmbito da política, especialmente a voltada contra as mulheres, que é chama a violência política de gênero. Neste ano vimos vários atos aqui, inclusive a aprovação do Estatuto da Mulher Parlamentar, que foi muito importante, um instrumento legislativo de referência para todo o Estado, mas não só isso, ofertar o uso dessa tribuna para dar voz às mulheres que recentemente no exercício de sua atividade política sofreram essa agressão foi importantíssimo”, ressaltou.
A vereadora também reiterou a necessidade de reconhecer a violência de gênero. “Isso que a Assembleia Legislativa faz nos ajuda como um todo, dar visibilidade a política de gênero, e para prevenir e combater é preciso reconhecer que ela existe. E a violência é tão forte ainda mais contra as mulheres e especialmente na política, que muitas vezes ela está mascarada, disfarçada, invisibilidade, porque a cultura da opressão, do patriarcado e do machismo é muito forte. Somos subrepresentadas nos espaços políticos. É necessária garantia de vagas para as mulheres”, concluiu.
A deputada Gleice Jane parabenizou a vereadora pelo assunto que ela trouxe a tribuna. “É sempre gostoso ouvir de outras mulheres nossas histórias. Toda violência de gênero na política passa pelo nosso silenciamento porque nossa voz incomoda, mas nós continuaremos falando, não vamos deixar de falar, mas precisamos de segurança nesse espaço. Ainda temos uma representação pequena nos espaços de poder, e o que nos faz a refletir sobre isso é porque sofremos violência política em algum momento, devido a misoginia. Precisamos compreender a igualdade entre homens e mulheres. Lei que iguala os salários está sendo questionada por Ação Direta de Inconstitucionalidade [ADIN], um retrocesso muito grande. Temos uma lei que exige que as mulheres sejam candidatas. Essa reponsabilidade contra a misoginia na política não é só nossa, nós precisamos que os homens também assumam essa responsabilidade para tornar o espaço político seguro”, reiterou.
A deputada Mara Caseiro (PSDB), 3ª vice-presidente da ALEMS, parabenizou a única vereadora de Campo Grande, em 29 vagas no Parlamento Municipal. “A única vereadora e veio aqui denunciar e trazer essa reflexão. Violência política de gênero cabe aqui para uma reflexão dos nossos parlamentares, que talvez não entendam o nosso sentimento. Muitas vezes uma palavra nos agride mais do que o tapa, e provavelmente tira o estímulo de outras mulheres participarem da política. Quando em comecei em Eldorado, vereadora e presidente da Câmara, havia toda uma necessidade diminuição de quem eu era e o que eu estava fazendo. Isso é uma dor muito forte, não se intimidem por conta de atitudes como essa, pois isso nos fortalece, queremos continuar no processo, e respeitamos o espaço dos homens, queremos caminhar juntos”, garantiu.
O deputado Pedro Kemp (PT) parabenizou a abordagem do tema. “Não só discorreu sobre o que aconteceu na câmara, mas nos deu uma aula sobre a importância na política e como o nosso País está muito aquém da representação das mulheres nos Parlamentos. Nosso partido em 2020 destinou 50% vagas para mulheres e 50% para os homens. Acredito que essa agressão não vai intimidá-la como representante das mulheres, sempre trabalhando em prol dos segmentos que necessitam”, afirmou.