Nesta quarta-feira (11), policiais civis da Delegacia Especializada em Repressão a Roubos e Furtos (DERF) cumpriram um mandado de prisão e três de busca e apreensão contra um suspeito de extorsão decorrente da prática de agiotagem. O suspeito teria agredido e apontado uma arma de fogo para a cabeça de uma mulher durante a cobrança de juros considerados extorsivos.
A investigação começou há cerca de um mês, quando a vítima registrou a ocorrência. Ela e sua advogada relataram que contraiu um empréstimo com o suposto agiota há dois anos e, desde então, passou a ser extorquida com juros de 40% ao mês, mediante violência e grave ameaça.
A vítima decidiu procurar a polícia após um incidente extremo, no qual foi obrigada a entrar na caminhonete do suspeito, que apontou uma pistola para sua cabeça e acionou o gatilho, mas a arma estava descarregada. O suspeito ainda teria dito que na próxima vez a arma estaria carregada e agredido fisicamente a vítima com socos, conforme constatado em exame de corpo delito.
O suposto agiota exigia a transferência de dois imóveis da vítima como pagamento dos juros. Nos dias anteriores ao incidente, três carros da vítima já haviam sido tomados como pagamento.
A vítima apresentou provas suficientes, como mensagens de WhatsApp registradas em ata notarial, transferências bancárias e o exame de corpo delito. Após a repercussão do caso na imprensa, o suspeito deu quitação da dívida em ata notarial e devolveu três veículos da vítima, mas tentou impedir o prosseguimento do boletim de ocorrência, o que não tem validade jurídica.
Após investigações, o Poder Judiciário decretou a prisão preventiva do suspeito e ordenou buscas em três domicílios ligados a ele. A operação resultou na prisão do investigado e na apreensão de uma pistola calibre .380, um simulacro de arma de fogo, soco inglês, dinheiro em espécie, celular, documentos e diversas notas promissórias.
O suspeito foi levado à sede da DERF, onde foi interrogado e indiciado pelos crimes de extorsão decorrente de agiotagem.