Mato Grosso do Sul atingiu um marco histórico ao registrar a temperatura média mais alta do século, com impressionantes 39,3 ºC em todos os municípios do estado. O recorde foi divulgado nesta terça-feira (08) pelo meteorologista campo-grandense Natálio Abraão, gerando preocupações entre especialistas e autoridades. Segundo Abraão, as temperaturas estão cerca de 9 ºC acima da média histórica, uma condição incomum que afeta todo o estado e representa um sério risco à saúde pública.
O aumento extremo de calor não se limita a áreas pontuais, mas está presente em todas as regiões de MS. Entre os municípios com temperaturas mais elevadas, destacam-se Paranaíba, Cassilândia, Chapadão do Sul, Miranda e Aquidauana, que registraram entre 41,5 ºC e 43,7 ºC, conforme o estudo. “Esse calor extremo, somado à seca, traz perigos diretos à vida”, alertou Natálio Abraão.
A combinação de calor intenso e o aumento das queimadas na região também está deteriorando a qualidade do ar. A fumaça das queimadas contém micropartículas altamente tóxicas, como dióxido de enxofre, monóxido de carbono e ozônio, que, de acordo com o Hospital Alemão Oswaldo Cruz, podem causar sérios danos ao sistema respiratório. Entre os principais sintomas relacionados à exposição prolongada estão falta de ar, tosse persistente, chiado no peito e produção de secreção.
Com a situação se agravando, as autoridades locais reforçam a necessidade de cuidados com a saúde, especialmente em grupos mais vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias preexistentes. O cenário de temperaturas recordes e ar poluído é um alerta claro da urgência de medidas para mitigar os impactos das mudanças climáticas e as queimadas descontroladas no estado.