Programa de Acesso aos Alimentos – PAA Indígena lançado pela primeira vez em Campo Grande. Foi apresentado nesta sexta-feira (26), em evento organizado no Centro de Referência de Assistência Social do Noroeste, programa do Governo Federal, realizado em parceria com o Governo de Mato Grosso do Sul e de Campo Grande, para garantir alimentação saudável à população . Os povos indígenas vivem em condições de desnutrição. Esse programa também fortalece a agricultura familiar e gera empregos e dinheiro no campo.
Nesta primeira entrega, 70 famílias receberam uma cesta com diversos alimentos. Para o cacique Josué Augusto Nimbú, da Comunidade Nova Canaã, a manhã foi de comemoração. “As comunidades indígenas se sentem honradas por essa iniciativa da Prefeitura de Campo Grande, em parceria com o Governo Federal e Estadual. São várias comunidades que serão beneficiadas com esse programa, como o Estrela do Amanhã, Darcy Ribeiro, Associação Núcleo Ceramista, Barra Funda e Nova Canaã”, citou.
Campo Grande está entre os cinco maiores municípios de Mato Grosso do Sul em população indígena. Mato Grosso do Sul, inclusive, dobrou a população indígena em 12 anos, segundo dados do Censo 2022. O Estado saiu de 77.025 indígenas em 2010 para 116.346 mil em 2022. Como em Campo Grande não há comunidade indígena produtora, os quilombolas, que também fazem parte dos grupos prioritários do Governo Federal, são quem irão fornecer os alimentos para a compra pública. São 19 produtores da Comunidade Quilombola Chácara do Buriti que irão receber até R$ 15 mil no período de um ano pela entrega de frutas, legumes e verduras. A expectativa é que até o fim do programa sejam entregues 35 toneladas de alimentos.
A prefeita Adriane Lopes falou da importância do programa. “O município faz essa distribuição para que as famílias vulneráveis, e hoje, os indígenas, possam ser contemplados nesse programa de aquisição de alimentos. Programa que também contempla os produtores quilombolas. Uma das dificuldades deles ao produzir é que não tinham para quem vender. Muitas vezes perdiam a produção, porque não conseguiam competir com grandes produtores de fora do estado. Hoje eles têm a compra garantida, uma solução, para quem precisa vender a produção e para quem precisa receber os alimentos”, frisou.
A produtora rural Jaqueline Nedina (19), da comunidade quilombola Chácara Buriti faz parte do grupo de trabalhadores que vão fornecer alimentos para o PAA Indígena. “Somos muito gratos por poder fazer parte desse programa que vai gerar renda para nossa comunidade, nos ajudando a vender o que produzimos e, ao mesmo tempo, contribuir para que mais pessoas tenham comida na mesa”.
O secretário-adjunto da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) Valter Carneiro Junior também frisou que o PAA acontece graças à contribuição dos entes municipal, estadual e federal. “Uma política pública que faz a entrega, que fecha o ciclo, fomentando a produção da agricultura familiar, dando as condições de os pequenos produzirem e fazendo a compra desses alimentos, atendendo as famílias que mais precisam, gerando renda e qualidade de vida para as famílias”, afirmou.
O PAA Indígena vai destinar cerca de R$ 6 milhões no combate à insegurança alimentar das comunidades indígenas. Além de Campo Grande, outros 32 municípios, dos 79 que compõem o estado, participam da iniciativa. O PAA Indígena foi desenvolvido pelo Governo Federal, através do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), e é coordenado pela Secretaria Executiva de Agricultura Familiar, Povos Originários e Comunidades Tradicionais da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc) e executado pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e prefeituras municipais.