A morte do pequeno João, ocorrida no último dia 19 de março, gerou revolta e dúvidas na família. Após quase dois meses internado na UTI da Santa Casa de Campo Grande, a mãe do bebê, Cíntia Mara, contesta a causa do óbito informada no atestado e acusa o hospital de negligência. Ela pede que seja feita uma autópsia para esclarecer o que, de fato, levou seu filho à morte.
Segundo o documento oficial, João morreu por insuficiência respiratória aguda e displasia tanatofórica, uma forma grave de nanismo letal que compromete o desenvolvimento dos ossos e pulmões do feto. No entanto, Cíntia acredita que houve falhas no atendimento e reclama da falta de explicações claras por parte do hospital.
João nasceu prematuro, de sete meses, e precisou ser internado na UTI neonatal. A mãe afirma que só soube da condição de nanismo do filho após o parto, já que os exames pré-natais não apontaram nenhuma alteração.
“Eu não sabia que ele tinha nanismo. Fui descobrir quando fui ter ele. Nas minhas ultrassons deu normal em todas. Até nas minhas consultas, falaram que estava normal o bebê”, relatou Cíntia.
Ela também afirma que os médicos davam informações contraditórias sobre o estado de saúde do filho. Enquanto um profissional alegava que ele não sobreviveria devido a uma malformação, outro dizia que João estava estável e sem risco de vida.
Na tentativa de melhorar sua respiração, o bebê passou por uma cirurgia no tórax e, na noite anterior à sua morte, foi transferido da UTI para um quarto. Cíntia relata que, na manhã seguinte, trocou a roupa do filho e percebeu que ele respirava normalmente, mesmo sedado. No entanto, segundo a mãe, ele teria sido exposto por muito tempo ao ar-condicionado sem roupa, o que pode ter agravado seu estado.
“Pedi para desligarem, demoraram muito. Fiquei um tempo com ele, então me chamaram para conversar com a psicóloga, como sempre faziam. Quando voltei, tinham três médicos no quarto e me disseram que ele tinha morrido”, contou.
Pedido por autópsia
A mãe acredita que a morte repentina do bebê precisa ser investigada. “Como ele morreu do nada? Ele estava bem, deixei ele respirando. Estou achando que o ar-condicionado que matou ele. Não sei”, desabafou.
Cíntia também afirma que não foi informada sobre a possibilidade de realizar uma autópsia e que, sem esse exame, não pode ter certeza sobre a causa do óbito. “Nunca teve um laudo que de fato verificasse a causa da morte. Só queria uma resposta da autópsia, que comprove que meu filho morreu mesmo do que diz na certidão de óbito”, declarou.
A família agora busca esclarecimentos e cobra providências sobre o caso. Até o momento, a Santa Casa de Campo Grande não se manifestou sobre as acusações.
Com informações Top Mídia News.