O trágico feminicídio da assessora-chefe de Comunicação do Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS), Vanessa Ricarte, no dia 12 de fevereiro de 2025, mobilizou uma série de discussões sobre violência doméstica e a importância das redes de apoio. Integrantes da Administração Superior do MPT se deslocaram a Campo Grande na última quarta-feira (19) para prestar solidariedade e oferecer suporte psicossocial às pessoas impactadas pelo ocorrido.
A vice-procuradora-geral, Maria Aparecida Gugel, o diretor-geral, Gláucio Araújo de Oliveira, e as servidoras do setor de Assistência Psicossocial do MPT, Ana Cláudia Freire Camargos e Adriana Chies, participaram de uma roda de conversa com procuradores(as), servidores(as), estagiários(as) e empregados terceirizados(as) da regional em Mato Grosso do Sul. Esse encontro teve como objetivo prestar apoio psicossocial individualizado e discutir estratégias para enfrentar a violência de gênero.
Durante o evento, a vice-procuradora-geral Maria Aparecida Gugel destacou a importância de reconhecer e responder aos sinais de violência. “Ninguém enfrenta uma tragédia como essa de maneira igual. Precisamos estar atentos e recorrer à ajuda profissional e ao apoio de colegas para identificar e agir diante de sinais de sofrimento”, afirmou Gugel.
A procuradora-chefe do MPT-MS, Cândice Gabriela Arosio, ressaltou a necessidade de empatia ao lidar com questões de violência de gênero. “Esse processo de luto é coletivo e nos afeta de formas diferentes. É fundamental fortalecermos nossas conexões para encontrar soluções e apoio”, ponderou Arosio.
O diretor-geral do MPT, Gláucio Araújo de Oliveira, enfatizou a importância de garantir um ambiente seguro para denúncias de violência. “Mesmo com receio, é crucial que todos procurem ajuda e dialoguem sobre medidas adequadas para evitar problemas futuros”, destacou Oliveira.
As discussões também abordaram o Protocolo de Integrado de Acolhimento, Prevenção e Medidas de Segurança Voltado ao Enfrentamento da Violência Doméstica do MPT, elaborado em 2023. Este documento visa orientar e encaminhar corretamente as vítimas, além de promover ações educativas para enfrentar o problema.
Ana Cláudia Freire Camargos, ao compartilhar sua experiência na área de Assistência Social, reforçou que a prevenção da violência começa individualmente. “A violência inicial é muitas vezes silenciosa e ocorre no dia a dia. É essencial conhecermos e aplicarmos na prática as diretrizes estabelecidas no protocolo”, advertiu Camargos.
A psicóloga Adriana Chies destacou a importância da escuta ativa para a resolução de conflitos. “Procurar ajuda e compartilhar pensamentos e emoções é fundamental para a construção de ambientes sociais mais acolhedores”, concluiu Chies.
Ao final do evento, os participantes tiveram a oportunidade de compartilhar suas vivências e preocupações, expondo as vulnerabilidades sociais que todos podem enfrentar e a importância do apoio mútuo para superá-las.