Poucas horas após seu nascimento, a pequena Maria Helena enfrentou um desafio extraordinário: uma cirurgia cardíaca complexa que salvou sua vida ao remover um tumor no coração, trazendo esperança e alegria para sua família.
Se para muitos, a sexta-feira (13) carrega uma aura de superstição, para a família de Gabriela Oliveira, essa data se tornou um símbolo de sorte, repleta de esperança e emoção e horizonte de um 2025 promissor. Maria Helena nasceu nesse dia e, com apenas uma hora de vida, foi submetida a uma delicada cirurgia cardíaca para a retirada de um tumor.
O parto ocorreu no Hospital Cassems de Campo Grande, que organizou uma estrutura composta por duas salas cirúrgicas interligadas para garantir os cuidados necessários durante a operação. A intervenção foi acompanhada por uma equipe multiprofissional, incluindo especialistas em obstetrícia, anestesiologia, neonatologia, cardiologia pediátrica, eco cirurgia cardíaca pediátrica, fisioterapia, oncologia pediátrica e nefrologia pediátrica.
O médico cirurgião Guilherme Viotto, um dos responsáveis pela cirurgia cardíaca pediátrica no Hospital Cassems, explicou que toda essa estrutura foi essencial devido à complexidade do procedimento. “A criança apresentava um teratoma extra pericárdio, um tumor que comprimía o coração e o pulmão, podendo causar uma parada cardíaca ou colapso pulmonar logo após o parto. Sabíamos que a situação seria complexa, mas não tínhamos a dimensão exata, pois a criança estava protegida no ventre da mãe. Precisávamos unir todas as especialidades para cuidar dessa vida e garantir o sucesso do procedimento”, destacou.
Desde a implementação da cirurgia cardíaca pediátrica no hospital, a equipe passou por treinamentos, inclusive em instituições de referência no Brasil, melhorando assim a qualidade do atendimento na unidade.
“Esse é um caso raro, com poucas menções na literatura médica, especialmente em crianças. Mobilizamos equipes para oferecer o melhor tratamento e realizar a cirurgia logo após o parto. Tínhamos a capacidade de oferecer essa assistência, pois conhecemos e implantamos protocolos de hospitais de referência. Assim, afirmo que o Hospital Cassems está apto a fornecer um atendimento de excelência”, afirmou Viotto.
Um pouco mais de uma semana após a cirurgia, Maria Helena recebeu alta hospitalar. “Foi uma alegria imensa ver a criança deixando o hospital saudável, respirando sem a ajuda de oxigênio, mantendo sua rotina de amamentação. Para um médico, isso é sensacional”, contou.
A mãe de Maria Helena, Gabriela Oliveira, destacou que o acompanhamento da gestação permitiu o diagnóstico precoce do teratoma extra pericárdio, iniciando assim uma “batalha” familiar para celebrar a chegada da menina. “A cada semana, realizávamos ultrassonografias e ecocardiogramas fetais. Ela continuava crescendo com saúde, brincando dentro da barriga da mamãe e se escondendo nas ultrassonografias. No dia 13 de dezembro, nasceu a vida da minha vida, nosso milagre, nossa Maria Helena. Após todos os exames e a recuperação, no dia 22 de dezembro, recebemos alta médica para nossa casa. Estamos extasiados por ter nossa pequenina conosco. Ela é nosso presente de Natal e de vida.”
Ricardo Ayache, presidente da Cassems, enfatizou que o nascimento de Maria Helena é um exemplo de força, planejamento e estrutura adequados. “Ela foi submetida a uma cirurgia de grande complexidade por uma equipe altamente preparada, em um plano de saúde que estava pronto para proporcionar a ela uma vida de qualidade. Nossa equipe conseguiu, com muito sucesso, que após nove dias de internação, ela voltasse para casa, onde passou seu primeiro Natal com saúde e disposição para enfrentar tudo que a vida lhe reserva”, comemorou.