A prisão preventiva de Caroline Florenciano dos Reis Rech, de 30 anos, foi tomada após ela ser descrita como uma pessoa perigosa e com possibilidade de voltar a cometer outros crimes. A decisão foi dada pelo Juiz Roberto Cavassa de Almeida.
“Também, a indiciada possui extensa ficha criminal a indicar se tratar de pessoa de má índole, perigosa e com possibilidades concretas de reiteração delituosa.”, apontou o magistrado e também: Ressalte-se, neste ponto, que a acusada possui uma condenação pretérita e também foi apontada como autora de maus tratos contra sua avó”.
Avó torturada
A avó de Caroline que é cadeirante também foi vítima tendo sido ameaçada de morte inclusive com um martelo. Segundo o Top Mídia News, a ocorrência foi registrada em julho de 2019.
Quando a polícia chegou na residência, no bairro Monte Fuji, a idosa , com 75 anos, gritava implorando por socorro e chorava muito. Para a equipe policial que respondeu o chamado ela afirmou que seria torturada caso ficasse sozinha com Caroline.
A vítima sofreu agressões físicas e psicológicas era privada de se alimentar e não recebia os cuidados higiênicos necessários como banho e troca de fraldas. Na ocorrência foi apontado que ela apresentava lesões na perna esquerda e braço direito que ela disse ser em razão de socos e chutes que levava da neta.
Fúria
Nem a presença da polícia intimidou Caroline que atirou as roupas da avó na rua na frente dos agentes enquanto gritava “Essa velha desgraçada não fica mais aqui. Ela vai para o olho da rua. Aqui esta fedida não fica mais, essa imundicie”.
Ela acabou detida e levada para a Delegacia de Polícia Civil de Naviraí (MS).
Terror na Creche
Segundo a coletiva de imprensa, na tarde desta terça-feira (11/7) o depoimento de uma ex-aluna da creche que sofreu crise de pânico na escola foi o que deu início às investigações na creche em que crianças foram dopadas e torturadas, em Naviraí (MS).
O caso veio à tona após uma ex-aluna da creche particular, apresentar choro constante, crise de pânico e até vômito. A escola do município em que a pequena estuda notou a situação e ela acabou relatando que não foi vítima de agressão, mas presenciou sessões de tortura. “Ela viu uma das cuidadoras colocar pano na boca de crianças para que a criança pudesse ficar em silêncio para que ela pudesse assistir séries e também bater a cabeça de bebês contra o sofá para que eles ficassem quietos. Houve relatos de administração de medicamentos para que essas crianças dormissem e assim parassem de chorar”, contou a delegada titular da DAM, Sayara Quinteiro Martins Baetz.
Diante da gravidade do caso foi solicitado ao Poder Judiciário a instalação de câmeras para monitorar o que acontecia na creche. Durante a entrevista coletiva, o delegado Thiago José Passos da Silva explicou que meio de trabalho da inteligência foram instalados câmeras e microfones sem que a proprietária da creche tivesse conhecimento. “Começamos as interceptações na segunda-feira quando foram registradas as imagens, imagens fortes de agressões e torturas de crianças naquele estabelecimento. Imediatamente nossa equipe comandada pela doutora Sayara fez a prisão em flagrante da suspeita e de uma funcionária”.
O cunho das imagens é tão alarmante que o delegado ressaltou que não tinha como aguardar mais para preservar a integridade das crianças. “Não tinha como gravar um minuto a mais até para não expor essas crianças a presença dessa pessoa” e completou: “As agressões eram constantes por isso a abordagem foi feita no primeiro dia.”
O monitoramento logo no início da manhã de segunda-feira (10/7) flagrou uma bebê de 11 meses, sendo agredida pela proprietária. “Com sacudidas [sendo] jogada no colchão, tapas pelo corpo, simplesmente pelo fato dela estar chorando. Isso seria um castigo. Percebemos que a criança dormiu grande parte do tempo que ela estava ali e que aquilo ali não seria normal para um bebê daquela idade e que possivelmente havia sim a administração dos medicamentos”, completou a delegada.
A perícia esteve na creche e apreendeu o medicamento que era dado para as crianças. Segundo a delegada era um medicamento para vômitos e enjoos proibido para administrar em crianças menores de 2 anos. Um dos efeitos é a sonolência.
A proprietária da creche foi presa em flagrante e autuada pelo crime de tortura e a outra cuidadora por ter dopado a criança que é um crime de expor o menor a risco.
Após a tortura o áudio captou xingamento e segundo a delegada a criança foi deixada sozinha. Imediatamente a equipe policial se dirigiu até a creche enquanto outra que realizava o monitoramento confirmou um episódio de administração de medicamentos.
Ao todo foram se apresentaram na delegacia aproximadamente dez mães na delegacia que relataram que os filhos chegavam em casa com fome. “Às crianças chegavam em casa com fome, com sede, sonolentas e dormiam direto e tinham dificuldade de acordar durante o dia”, disse a delegada Sayara.
São relatos de crianças com a boca machucada e ao cobrarem a proprietária da creche ela sempre desconversava alegando que os pequenos poderiam ter se machucado mordendo a língua Uma das coisas que chamou a atenção da equipe foi que a proprietária e a funcionária não cuidavam das crianças elas permaneciam o tempo todo sentadas olhando o celular.
Outra coisa que chamou a atenção foi a ausência de brinquedos no local, de modo que os menores não tinham o que fazer além de dormir.
Depoimento da proprietária
Na delegacia ela relatou que uma das crianças quebrou a televisão por isso estava nervosa o que a levou a jogar a criança na cama e justificou “uns tapinhas no rosto” para que ela pudesse dormir. Sobre a medicação negou que estivesse dopando os pequenos, mas a delegada desmentiu sua versão já que ele foi apreendido no local.
Ela chegou a apresentar um documento em que alguns pais permitiam usos de medicamentos nas crianças, mas conforme explicou a delegada são remédios específicos e em momento algum foi autorizado dopar os alunos.
Crianças sonolentas e situações humilhantes
Os pais registraram filmagens dos filhos sonolentos sem esboçar reação alguma. Houve também relatos de que a funcionária da creche reunia às demais crianças e obrigavam a chamar o coleguinha de “mijão”. A criança era colocada em situação vexatória diante das outras.
“Nesse momento uma está presa em flagrante e a outra vai ser investigada pelo crime de omissão da tortura. A cuidadora de 26 anos, não participava dessas sessões de tortura e pelo contrário tinha o comportamento mais carinhoso com às crianças. Mas a partir de agora com esses novos indícios surgindo vamos investigá-la também por omissão”.
A creche funciona há cerca de 4 anos, inicialmente era na casa e desde janeiro a proprietária montou o espaço para receber crianças que funcionava em tempo integral inclusive aos sábados.
Redes Sociais
Ironicamente nas redes sociais da proprietária da creche ela usa como capa uma palavra que fala de Deus, chegou a publicar um post que dizia ter pena de crianças que ficam passando frio em bar com os pais com os dizeres “me dá vontade de falar deixa eu levar para cuidar”.