Em Campo Grande, o custo da cesta básica chegou a R$ 788,58 em março de 2025, após uma variação mensal de 1,89%. A capital sul-mato-grossense seguiu a tendência nacional de aumento nos preços dos alimentos, apontada pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).
No acumulado dos últimos 12 meses, o valor da cesta em Campo Grande subiu 8,02%. Entre os destaques locais, o tomate registrou a variação mais expressiva do mês com alta de 27,80%, acumulando três meses consecutivos de aumento. A batata, por outro lado, apresentou queda de -6,77%, reforçando a tendência de retração observada ao longo do último ano (-38,91%).
Outros itens também chamaram atenção: o feijão carioquinha caiu -1,19% em março e acumula retração de -23,78% em 12 meses. Já o café em pó subiu 6,79% no mês, registrando uma alarmante alta de 89,40% em um ano. O açúcar cristal, por outro lado, caiu -2,66%.
Mesmo com algumas quedas pontuais, o cenário preocupa: o trabalhador de Campo Grande precisou de 114 horas e 17 minutos de jornada em março para adquirir a cesta básica, um aumento de 2h07 em relação a fevereiro. O custo da alimentação comprometeu 56,16% do salário mínimo líquido, frente a 55,12% do mês anterior.
A alta nacional
O aumento em Campo Grande reflete o que foi observado em 14 das 17 capitais analisadas pelo DIEESE. Curitiba (3,61%), Florianópolis (3,00%) e Porto Alegre (2,85%) lideraram os maiores aumentos. As únicas quedas ocorreram no Nordeste: Aracaju (-1,89%), Natal (-1,87%) e João Pessoa (-1,19%).
São Paulo permanece como a capital com a cesta mais cara: R$ 880,72, seguida de Rio de Janeiro (R$ 835,50) e Florianópolis (R$ 831,92). No outro extremo, Aracaju apresentou o menor valor: R$ 569,48.
Em todas as capitais, houve alta no custo da cesta entre março de 2024 e março de 2025, com destaque para Fortaleza, onde a variação chegou a 9,69%.
Salário mínimo necessário: quase cinco vezes o oficial
Com base na cesta mais cara, o DIEESE estima que o salário mínimo ideal em março de 2025 deveria ser de R$ 7.398,94, o equivalente a 4,87 vezes o atual (R$ 1.518,00). O valor é necessário para garantir o sustento de uma família de quatro pessoas, cobrindo moradia, alimentação, saúde, educação, transporte, lazer e previdência.