O Seminário Internacional da Rota Bioceânica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceánico chegaram ao fim hoje (20), em Campo Grande, destacando progressos significativos para a concretização do Corredor Bioceânico, que se inicia em Mato Grosso do Sul, no município de Porto Murtinho, e atravessa o Paraguai, Argentina e chega ao Chile, oferecendo um caminho mais curto para o Oceano Pacífico e acesso direto aos mercados asiáticos.
Com o objetivo de promover a integração de áreas estratégicas como segurança, logística e infraestrutura entre os países envolvidos, o evento discutiu avanços cruciais para o desenvolvimento da Rota. Durante a coletiva de imprensa de encerramento, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, ressaltou os resultados obtidos a partir dos estudos técnicos realizados pelas comissões envolvidas, evidenciando a importância da colaboração entre os estados da rota.
“Com quase R$ 30 milhões em negócios prospectados, vemos uma grande expectativa concreta entre os países. A Rota Bioceânica ainda está em desenvolvimento, mas estamos avançando de forma substancial para consolidar uma estrutura que vai transformar a dinâmica econômica entre os quatro países, especialmente entre os estados envolvidos”, afirmou Riedel.
Um dos pontos destacados foi a necessidade de unificação dos processos aduaneiros e migratórios para otimizar o fluxo de mercadorias e pessoas, uma medida essencial para acelerar os benefícios do corredor. “É fundamental que o processo de unificação de procedimentos seja implementado, pois isso facilitará a movimentação de cargas e a melhoria do trânsito entre os países”, explicou Alejandro Eduardo Marenco, secretário de segurança da província de Jujuy, na Argentina.
Além disso, o seminário reforçou o interesse dos estados em atrair investimentos para a região, abrindo portas para novos mercados consumidores. Ricardo Díaz Cortés, governador de Antofagasta, no Chile, falou sobre as iniciativas para fomentar a economia local: “Estamos criando uma rede de zona franca com o Paraguai, o que fortalecerá os laços comerciais e trará mais investidores para a região”.
Realizado entre os dias 18 e 20 de fevereiro de 2025, o evento reuniu mais de 1.200 participantes, incluindo autoridades dos governos brasileiro, paraguaio, argentino e chileno, empresários e representantes da sociedade civil. Organizado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com o apoio da Fiems e Sebrae/MS, o seminário colocou em evidência as oportunidades e os desafios do Corredor Bioceânico.
Este projeto, que abrange 3.320 km de trajeto rodoviário entre os oceanos Atlântico e Pacífico, conecta oito territórios de quatro países (Chile, Argentina, Paraguai e Brasil) e oferece uma nova via estratégica para o comércio internacional, particularmente com países da Ásia, como China, Japão e Índia. A iniciativa promete impulsionar o desenvolvimento econômico regional e fortalecer a integração dos países envolvidos, transformando a Rota Bioceânica em um marco para o futuro do comércio sul-americano.