Após a morte da pequena Izabela Pietra Rodrigues dos Santos, de apenas 10 meses, a Sesau informou que a menina tinha sido retirada pelos pais de uma unidade de atendimento, sem a devida alta. A bebê foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros na manhã de hoje (14) e levada já sem vida para a UPA Universitária, em Campo Grande (MS).
Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande (SESAU) esclareceu, que não houve omissão por parte da rede municipal de saúde.
“A criança foi atendida pela primeira vez no dia 11 de abril, na Unidade de Saúde da Família (USF) do Portal Caiobá, às 13h07, sendo devidamente avaliada e encaminhada para a UPA Universitário. A entrada na UPA foi registrada às 15h01, com classificação de risco amarelo (casos que demandam atendimento em tempo oportuno, sem risco iminente de morte)”, elencou os profissionais sobre o atendimento.
Ainda conforme a Sesau o primeiro atendimento médico ocorreu às 15h08, sendo diagnosticada bronquiolite. Na sequência, às 15h20, a criança recebeu medicação em leito de observação e foi submetida a exame de raio-x. Às 18h57, houve nova reavaliação médica, sendo mantido o protocolo de medicação. “No entanto, às 20h26, na terceira reavaliação, a equipe constatou que a família se evadiu da unidade por conta própria, antes da conclusão do tratamento e sem liberação médica”, detalhou.
Apesar da gravidade do caso, a criança não retornou à unidade até a nova procura por atendimento, que ocorreu apenas na segunda-feira (14), data do óbito.
“A SESAU lamenta profundamente o ocorrido e reforça que é fundamental que o tratamento seja finalizado com alta médica, garantindo a segurança e a continuidade dos cuidados necessários à recuperação do paciente.”, finalizou a nota.
O caso
Segundo informações dos militares do Corpo de Bombeiros, a criança de dez meses foi apresentada ao batalhão do bombeiros no Bairro Tijuca, local em tentaram reanimar a criança, mas não foi possível e fora constatado a morte. Na UPA, Izabela foi levada sozinha, isso mesmo, uma bebê de apenas dez meses, não estava acompanhada de nenhum dos responsáveis. Nem o genitor Elvis Cristiano, nem a genitora Fernanda estavam juntos, com a bebê tão indefesa, que já estava morta.
O delegado responsável pelo caso, aponta que a criança teria morrido de broncopneumonia. “Será apurada uma possível negligência no tratamento e socorro a essa criança, os pais socorreram a criança a princípio já em óbito. A perícia passou que a criança estava com uma pneumonia bem grave. O foco agora é a conduta dos pais, o fato é que uma criança está em óbito por causa de uma doença grave pulmonar e vamos apurar se os pais são responsáveis ou não”, destacou o delegado.
Segundo uma vizinha contou aos repórteres, a menina tinha uma costela quebrada, mordida no braço e um ferimento no rosto. No entanto, a, informação ainda não confirmada l pela polícia. A assessoria de imprensa da Polícia Civil informou que, por envolver menores, não haverá pronunciamento sobre o caso.
Próximo a casa onde a família mora, uma moradora detalhou que após o ocorrido entrou na residência da família. “Entrei e quase sai da lá vomitando”, disse sobre a situação insalubre.
As crianças vivem ali, em situação de vulnerabilidade com os pais que seriam usuários de drogas, e estão no local há aproximadamente três meses.
Negligência
Fernanda e Elvis tinham três filhos, duas meninas e um menino. “O policial chegou no pai da criança e falou assim: Você tem certeza que você não derrubou essa criança? Olha no meu olho! Polícia sabe, se caiu ou nao caiu, se derrubou ou não derrubou. Tem três meses que eles moram ai, eles foram pra DPCA. Só que as crianças ficavam na rua né”, conta a vizinha.
Indignada, ela pergunta: “Cadê o Conselho?“, questiona ao contar que as crianças chegavam a ficar uma semana com a mesma roupa e brincando sozinhas na rua.