Familiares e amigos Mirielle Santos, 26 anos, que foi morta a tiros pelo ex-marido Fausto Junior Aparecido de Oliveira, 31 anos, em Agua Clara (MS) no sábado (22) contestam a tese da defesa de tiro acidental l.
Para mostrar que Fausto ameaçava Mirielle, uma amiga próxima procurou a reportagem e relatou que a vítima recebia várias ameaças.
“Ele ameacou ela várias vezes, mandava áudios de visualização única para intimidar, até que gravamos para comprovar”, contou a testemunha que não será identificada.
A reportagem teve acesso aos áudios e prints onde Fausto Júnior proferia ameaças e xingamentos contra Mirielle.
Num dos áudios, ele além de xingar a vítima fez ameaças. Já nos prints, Fausto também ameaçou xingando de “trouxa do carai”, de “vagabunda” e dizendo que ela ainda “vai dar parabéns” para ele.
Esse é o quarto feminicídio neste ano em Mato Grosso do Sul, conforme registro da polícia.
De acordo com as informações o crime aconteceu quando a vítima voltava de uma festa. Ela foi atingida a tiros pelo suspeito.
Mirielle foi socorrida e levada para o hospital da cidade, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo.
Tese da defesa
De acordo com a defesa do feminicída, Mirielle foi atingida no abdômen por um disparo acidental durante uma discussão com o suspeito, de quem estava separada há cerca de cinco meses.
“Eles não estavam mais juntos. Ele estava em casa, dando uma festa, inclusive o irmão dela estava lá, e ela chegou ao local. Eles discutiram, acredito que por ciúmes, ela pegou a arma, houve uma confusão e, nesse momento, a arma disparou, acertando a vítima. Foi um acidente”, defendeu o advogado Marcos Ivan Silva em entrevista a imprensa.
Fausto tem histórico violento, pois além do feminicídio de Mirielle, em 2016, ele foi acusado de matar a tiros Cleiton Eduardo dos Santos, mas foi absolvido sob a alegação de legítima defesa.
Já em junho de 2023, ele teria esfaqueado uma pessoa durante uma discussão na rua. A vítima foi socorrida por terceiros e levada ao hospital, enquanto o suspeito foi detido e encaminhado à delegacia.