Em uma carta pública onde alegam que houve “sensacionalismo” e é “agressões morais” por parte da imprensa, as doze delegadas que atuam na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) receberam apoio de outros colegas na “Carta Pública em Defesa das Delegadas de Polícia e do Compromisso com a Justiça”.
Na premissa, assinada por toda equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), foi manifestado apoio irrestrito às Delegadas de Polícia, que seriam alvos de “injúrias, ataques verbais e agressões morais na imprensa”, devido ao caso do feminicídio da jornalista Vanessa Ricarte, que aconteceu no último dia 12 de fevereiro na Capital.
A carta foi divulgada logo após a imprensa afirmar que as doze delegadas do local pediriam afastamento, o que segundo fontes procuradas por nossa reportagem afirmaram não ter existido. Nem por parte das delegadas, nem por parte da Sejusp.
Conforme apurado, há sim uma investigação em curso e o próprio governador Eduardo Riedel disse publicamente que não faria pré julgamentos.
Leia a carta na íntegra:
“A equipe da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Campo Grande vem, respeitosamente, manifestar seu apoio irrestrito às Delegadas de Polícia que, no exercício de suas funções, têm sido alvo de injúrias, ataques verbais e agressões morais na imprensa, em razão da condução de um caso de feminicídio ocorrido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Expressamos nossa indignação diante dos ataques injustos e sensacionalistas dirigidos à nossa equipe, que se dedica há anos à proteção e defesa das vítimas de violência. Nossa atuação é pautada na legalidade, na técnica e no compromisso com a verdade e a justiça. As Delegadas, Investigadores e Escrivães trabalham de forma séria e incansável na investigação de crimes, enfrentando agora incompreensões e ataques que buscam desqualificar nosso trabalho e desviar o foco do verdadeiro problema: a violência contra a mulher e a efetividade das Políticas Públicas.
As críticas dirigidas às Delegadas não apenas atentam contra a honra e a dignidade dessas profissionais, mas também de toda nossa equipe, representando um ataque a todas as mulheres que atuam na segurança pública, comprometidas com a defesa dos direitos das vítimas e a responsabilização dos autores de crimes. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a seriedade na apuração dos fatos, sempre respeitando as normas legais e o devido processo.
Não aceitaremos qualquer tentativa de desmoralização dos nossos profissionais, que desempenham um papel essencial na luta contra a violência de gênero. A equipe da DEAM é composta por Policiais qualificados e dedicados, que são pais e mães de família e buscam oferecer um atendimento humanizado, reforçando o compromisso da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul no combate à violência de gênero. Manifestamos total apoio à nossa Delegada Titular, Dra. Elaine Cristina Ishiki Benicasa, e às Delegadas Dra. Riccelly Donha e Dra. Lucelia Constantino, que, sempre priorizaram o atendimento humanizado às vítimas.
Nos últimos anos, a DEAM de Campo Grande registrou um aumento significativo na resolução de casos, salvando inúmeras vítimas. O trabalho preventivo, por meio de campanhas de conscientização e parcerias com A exploração midiática de um caso tão cruel de feminicídio, movida pela busca por popularidade, desrespeita a memória da vítima e de seus familiares, além de desvalorizar o trabalho sério de policiais que atuam diariamente para garantir justiça. O
sensacionalismo não contribui para um debate responsável sobre a violência de gênero — pelo contrário, desinforma e desqualifica uma luta que deve ser de toda a sociedade.
Por fim, ressaltamos que a DEAM permanece firme em sua missão de proteger e garantir justiça às vítimas de violência, ao mesmo tempo em que defende a honra e a integridade de seus Policiais e colaboradores. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a ética em nosso trabalho, não aceitando que interesses alheios ao direito e à justiça sejam colocados acima do compromisso com as vítimas”.