A mãe de um menino de 1 ano e 5 meses com síndrome de Down, que morreu após passar por atendimento médico e ser liberado procurou a polícia, na terça-feira (11/7) para denunciar uma suposta negligência médica no Hospital Regional de Três Lagoas (MS).
Segundo o relato o bebê deu entrada no hospital no dia 30 de maio chorando muito. Ele recebeu atendimento e foram ministradas medicações para o trato intestinal e estomacal e o paciente ficou em observação por 4 horas enquanto recebia soro, tendo sido liberado na sequência.
Durante a madrugada do dia 30 de maio o bebê voltou a chorar muito e foi levado novamente ao hospital. Na triagem foi atendido por uma clínica geral que o encaminhou para a área verde. A mãe relata que em nenhum momento teve tratamento especial, o que é garantido por lei e sequer passou por atendimento de um pediatra.
Desesperada, a mãe pediu várias vezes para falar com um médico e não foi atendida apenas enfermeiras olharam o bebê. A criança só foi encaminhada para a ala pediátrica no dia 31/5, no período noturno e nenhum médico foi vê-lo. Sendo que no dia 1° de junho o quadro se agravou de modo que o bebê ficou inchado e roxo. Pedindo socorro em torno de 8h40 uma médica apareceu, pegou a criança no colo e saiu correndo.
O bebê foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva no momento em que uma enfermeira empurrou a mãe para que não acompanhasse o filho e outra ofereceu um líquido duvidoso. O que a deixou fora de si e a partir daquele instante ela relatou que nada mais parecia normal. Em dado ponto uma psicóloga foi conversar e a levou para longe da UTI, não permitindo que ela saísse da sala ou fizesse contato com qualquer pessoa tão pouco o uso do celular.
Uma médica de cabelos brancos fazia referência e pedia para os pais “confiarem em seus cabelos brancos”. Outro médico dizia a todo momento que o filho estaria em casa no domingo e que tudo ficaria bem. Ela relatou que toda a equipe de plantão que trabalhou no hospital no dia 31 de maio até a manhã de 1° de junho foi desligada do hospital.
Inclusive a coordenadora da ala pediátrica que não teve contato com o paciente enquanto estava no hospital. Como ela é conhecida, a família soube de sua demissão. A mãe registrou na ocorrência que o filho foi negligenciado e negou que o filho tenha vomitado enquanto esteve no hospital diferente do que está escrito no prontuário médico. Assim como o bebê não estava gripado há 10 dias.
Ela afirmou que o bebê estava bem de saúde, inclusive fez fisioterapia no dia 25/5. Além disso, ela conta que foi hostilizada por toda a equipe médica e de enfermagem. Sendo que no dia 1° de junho o bebê veio a óbito por volta das 10h12. Algo causou estranheza na família o médico que na primeira consulta ministrou um remédio que cuida do trato intestinal e outro que trata de vômitos e trata de dores estomacais enviou uma mensagem no celular do pai do paciente, no dia 6/6 questionando “Ele estava tomando antibiótico e a pneumonia complicou?”.
A mãe se comprometeu a apresentar toda a documentação pertinente como laudos, prontuário, print da mensagem. O caso foi registrado como homicídio culposo.
Lei garante prioridade em atendimento médico a pessoas com deficiência
Crianças com síndrome de down têm prioridade de atendimento médico, conforme previsto na Lei N° 10.048 de 8 de novembro de 2000 sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso. Conforte o Artigo 1° que garante:
“As pessoas portadoras de deficiência física, os idosos com idade igual ou superior a sessenta e cinco anos, as gestantes, as lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo terão atendimento prioritário, nos termos desta Lei”.