No início desta semana, a Sanesul (empresa de saúde de Mato Grosso do Sul) e a Sejusp (Ministério da Justiça e Segurança Pública) intensificaram uma operação conjunta que visa coibir fraudes nas ligações à rede irregular de abastecimento de água da cidade de Corumbá.
A estratégia que envolve o trabalho de vigilantes e técnicos da empresa é conter o alarmante número de ligações irregulares de água na cidade.
O CEO da Sanesul, Renato Marcílio, observou que o uso irresponsável da água não só prejudica os consumidores que pagam regularmente, mas também afeta as contas de água e o abastecimento adequado de água para comunidades inteiras.
Por seu lado, a Sanesul está empenhada em combater as ligações irregulares e em garantir a utilização sustentável e equitativa dos recursos hídricos de Corumbá.
Redes Clandestinas
De acordo com o gerente da unidade regional da Sanesul em Corumbá, Marcos Martins, foram identificadas 12.555 ligações irregulares clandestinas na região.
Segundo ele, o índice de perdas é significativo, chegando a 70%, devido aos chamados “gatos”.
“Para se ter uma ideia, no mês de abril, a Sanesul produziu 1,3 milhão m³ de água, essa é a média mais ou menos, e foi utilizado de forma irregular 350 mil m³ de perda de água, o que dá uma perda de 70%. Desses 70%, evidentemente, nós temos aí 10% de vazamento e 60% de fraude”, afirmou.
Ele disse que o mutirão teve início na segunda-feira (6) com a participação de policiais civis e funcionários da empresa e que a ideia é intensificar ainda mais a operação que conta, inclusive, com o apoio de outras regionais da Sanesul.
Marcos Martins ressaltou a importância desse trabalho em conformidade com a lei do marco regulatório do saneamento, enfatizando que o não cumprimento dessas normas pode acarretar na perda de recursos federais destinados à Educação e Saúde do município.
Além disso, o gerente destaca a atual crise hídrica enfrentada pela região, especialmente devido às dificuldades no Rio Paraguai e expressou preocupação com o elevado índice de perda líquida de água, alertando para a possibilidade de desabastecimento em Corumbá caso essa situação persista.
O gerente regional explica que a Sanesul tem investido em equipamentos e tecnologia para redução de perdas, principalmente combatendo vazamentos. No entanto, mais de 60% das perdas são atribuídas a fraudes, conhecidas como “gatos”. Diante desse cenário, a Sanesul uniu forças com a Polícia Civil e a Secretaria de Segurança Pública para conscientizar a população de que o furto de água é um crime que será punido.
Martins enfatiza que a ação não tem como objetivo principal a punição, mas sim regularizar a situação das ligações clandestinas. Ele ressaltou que a empresa está promovendo um mutirão para identificar e corrigir as 12.555 ligações inativas na região, as quais indicam desvio de água.
Além das medidas punitivas, a Sanesul está realizando campanhas de conscientização para incentivar a regularização das ligações clandestinas.
Diante da situação crítica, com a produção de água sendo desviada de forma irregular, Martins enfatiza a importância do uso racional da água, especialmente em tempos de seca no Rio Paraguai.
Ele destacou que, somente no mês de abril, a Sanesul registrou uma perda de 70% na produção de água, sendo 60% atribuídos a fraudes.
O delegado da Polícia Civil de Corumbá, Fillipe Araújo, disse que o furto de água na região é um crime permanente e a pessoa que for identificada será conduzida até a delegacia.
Ele disse que somente na investida iniciada na segunda-feira durante visita em 10 residências foi identificada a prática de furto de água por meio dessas ligações clandestinas.
“É um crime que se propaga e está se consumando a toda hora, e a pessoa pode ser presa em flagrante”, avisou o dele