“Saiu um peso muito grande das minhas costas. Se o Coren não me fez justiça e foi corporativista passando pano para um estuprador, a Justiça me tirou esse peso”. Assim, a mulher que foi vítima de estupro dentro do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul em fevereiro de 2021 quando estava no local para receber atendimento.
O motivo do alívio é que o enfermeiro acusado de abusar sexualmente dela foi condenado pela Justiça foi de oito anos e seis meses referente ao crime de estupro de vulnerável.
A sentença dada pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande foi lida no dia 1º de março e foi divulgada à imprensa nesta quinta-feira (7) e a vítima conversou com nossa reportagem nesta sexta-feira, 8 de março, dia da Mulher.
Ele ainda poderá recorrer da decisão, pois já respondia ao processo em liberdade, no entanto, a vítima ainda espera que ele seja preso.
Em maio de 2023 o homem foi absolvido durante audiência de processo disciplinar no Coren (Conselho Regional de Enfermagem). À época dos fatos, a defesa do enfermeiro alegou que só a palavra da vítima não era prova suficiente.
“Fui desacreditada pelo corporativismo do Coren e ainda creio que ele seja preso”, afirma a vítima.
No entanto, a investigação criminal, apontou com convicção que o enfermeiro cometeu agressão sexual contra a paciente de 36 anos, que estava internada com Covid-19.
Na época a denúncia foi feita pela mãe da vítima, quando a filha ainda estava recebendo tratamento na ala isolada do hospital.
“Passei mal durante a noite do dia 3 de fevereiro, com vômito e falta de ar, e percebi quando o enfermeiro começou ir no meu quarto, passou a me apertar e passar a mão em meu corpo”, contou durante a investigação.
Segundo a vítima num determinado momento, o profissional de saúde retornou ao leito com “óleo de girassol”, passou nos dedos e começou a abusar da vítima.
“Eu tentei resistir, me defender mesmo estando debilitado. Pedi para ele parar e sair de cima, mas ele insistia” contou ela que relatou as autoridades que o homem passou a mão na virilha da paciente, enquanto pedia para ela “abrir as pernas”.
Durante o abuso o homem repetia que queria masturbar a paciente e que não era para ela resistir, se não poderia “dar problema para ele”.
Após ter alta, a mulher prestou depoimento e foi à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para fazer o reconhecimento do agressor.
Aliviada, o dia da Mulher ainda vai ser luta para ela, mas com pelo menos uma vitória.