Por Liziane Berrocal
Uma grande confusão se instalou no PL de Campo Grande após o ex-presidente Jair Bolsonaro dar entrevista a uma rádio da Capital dizendo que iriam lançar – atentem-se ao tempo verbal – o nome de João Henrique Catan como pré candidato a prefeitura.
Tudo isso após o best friend dele e suplente de senador Portela, ter feito reunião com a prefeita Adriane Lopes e continuado na gestão. Foi aí que o rebuliço tomou conta.
Para que você, caro leitor, entenda melhor essa balbúrdia política, vamos colocar em pontos nevrálgicos.
- – O PL tem como presidente regional o deputado federal armamentista Marcos Pollon, que de repetente foi avisado que Portela virou presidente municipal do PL, e para não parecer “traído”, disse que ele tinha indicado o best de Bolsonaro;
- – Portela é suplente da senadora Tereza Cristina, líder máxima do Progressistas, que é o partido onde Adriane Lopes deve concorrer a eleição;
- – Adriane tem noção da importância do apoio de Bolsonaro para os eleitores de direita, mas sortuda, mais do que noção (coisa que muita gente no PL não tem), ela tem ao seu lado a senadora Tereza Cristina;
- – Bolsonaro que não conhece nada da realidade local, dá uma entrevista falando o nome de João Henrique Catan e do ex-deputado Contar, derrotado nas eleições do ano passado, mas ainda um dos principais expoentes do puxa-saquismo bolsonarista.
- – Cel David, que foi quem de fato trouxe Bolsonaro para MS pega uma pipoca e assiste, afinal, ele sabe que o jogo é outro;
- Inflado pelo ego, que claramente é um inimigo da razão, Catan que é neto do ex-governador Marcelo Miranda, estufa o peito de pombo e resolve peitar Tereza Cristina. Dá entrevistas a torto e a direito falando sobre sua candidatura e diz que “não vai obedecer Tereza, esquecendo tanto das boas maneiras quanto que ele é do PL e ela do PP;
- – Como noção não vende na banquinha da esquina, Catan se mete no partido alheio quando o que ele faz parte está uma bagunça;
- – Para apagar fogo com gasolina, Pollon então faz um vídeo onde fala que o mais importante é o ato do dia 25 de fevereiro marcado em apoio a Bolsonaro e se propõe a ser um garoto de recados entre Bolsonaro e Valdemar da Costa Neto, que é quem de fato manda no PL. Nos comentários ele apanha mais que vaca na horta e acaba sendo cobrado pelos armamentistas, ou seja, mais uma fatura aí.
E é aí que essa ciranda começa se completar. O silêncio ensurdecedor de Tereza Cristina deixa nas entrelinhas quem de fato manda.
Nos bastidores o que realmente se sabe é que a situação de Bolsonaro não está nada boa, a ponto de hoje, seria melhor ele ser preso do que ser descapitalizado tanto financeiramente quanto politicamente.
Porque política se faz de e com “capital”, e nesse caso, se num lampejo de lucidez, Bolsonaro lembrar bem da fatura que ele tem, saberá que ele tem “milhões” de motivos para não bater de frente com Tereza, apoiar quem ela pedir e assim, quitar parte da fatura que tem com a senadora. Como de bobo, Bolsonaro só tem a cara e a vestimenta, ele faz essa zona para valorizar esse apoio e assim quem sabe quitar de uma vez o que ele bem sabe que deve.
E não é pouco!
E antes de terminar, duas notas:
- – Se o PL tivesse 10% da organização que o PP tem no Estado, seria uma potência eleitoral na direita, assim Catan tem que ficar shiu e organizar a casa deles primeiro antes de palpitar a casa alheia:
- – Adriane Lopes pode até não ter a popularidade assim, uma Brastemp, mas em meio a toda essa zorra, manteve-se impecavelmente cumprindo agendas e fazendo o que todos tinham que estar fazendo: trabalhar.
Qualquer hora a gente volta!